quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lágrimas

        Sei que falo pouco e baixo, mas as vezes eu realmente queria só ficar quieta no meu canto, sem atrapalhar ninguém, sem ser motivo de nada pra qualquer um, sem sair nesse escuro – claro simbólico, tateando nas palavras, olhares, pessoas e gestos, queria não ter lágrimas no meu rosto agora, queria meu amor do meu lado, meu Éros fisicamente.

        Sei que as pessoas se matam, sei que vou ouvir muitas coisas que não me agradam, sei que irei ter contato com muitas dores, mas não sei se agüento isso, dois encontros numa intervenção de grupo e parece que os pedaços de mim estão de novo entregues ao vento, e não é o vento que me envolve, é o vento que arrasta e vai embora com um sorriso na cara “Eu avisei que não ia sobrar muita coisa!”

        Foram tantas as rasteiras, tantas quedas, tantos abismos no mundo das palavras, minhas, dos outros, do Outro, das que não foram ditas, das que não foram ouvidas, das que foram pronunciadas sem a palavra, mas com o corpo. Estas, ditas com o corpo são tão fortes pra mim, tão intensas que a lágrima volta, mostrando que na verdade, nem foi embora, eu é que esqueci de mim e me perdi onde achava que me encontrava ou achando eu iria me ver.

Voltei chorando, cantando, batendo, correndo e ainda não cheguei.

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