sexta-feira, 25 de maio de 2012

Roxette - presente do Vento



So Far Away
In the coldest time of year,
darkness all around my heart.
I was alone but didn't fear
to wander in the light of stars.

In the bright and silent night,
winds would knock and disappear.
Still I felt the feeling near,
like the first time you were ever here

You're so far away, so far away,
you left me, you told me you would stay.
You never said goodbye
and I'll keep asking why,
I keep asking how,
oh come unto me now

I have breathed the morning air,
I have heard the four winds blow.
I was weary but prepared
to follow down this lonely road.

In the room where lovers sleep,
winds would knock and disappear.
Still I felt the music near,
like the first time we were ever here

You're so far away, so far away,
you left me, you told me you would stay.
You never said goodbye
and I keep wondering why,
I keep on wondering how,
oh come unto me now.

I keep on wondering how...

You're so far away, so far away,
you left me, you told me you would stay.
You never said goodbye
and I keep wondering why,
I keep on wondering how,
oh come inside me now.

I keep on wondering how,
oh come inside me now. 


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Tão Distante
Na época mais fria do ano,
A escuridão toma todo meu coração.
Eu estava sozinha mas não com medo,
De vagar pela luz das estrelas.

No brilho e no silêncio da noite,
Ventos bateriam e desapareceriam.
Tranqüila, eu sentia a ternura próxima,
Como da primeira vez em que você esteve aqui.

Você está tão distante, tão distante,
Você deixou-me, você me disse que ficaria.
Você nunca disse adeus
E eu continuo perguntando por quê.
Eu continuo perguntando como,
Oh, venha para mim agora.

Eu respirei o ar da manhã,
Escutei os quatro ventos soprarem.
Eu estava cansada, mas preparada.
Pra encarar esta estrada solitária.

No quarto onde os amantes dormem,
Os ventos bateriam e desapareceriam.
Tranqüila, eu sentia a música próxima
Como da primeira vez em que você esteve aqui.

Você está tão distante, tão distante,
Você me deixou, você disse-me que ficaria.
Você nunca disse adeus
E eu continuo querendo saber por que,
Eu continuo querendo saber como.
Oh, venha para mim agora.

Eu continuo querendo saber como ...

Você está tão distante, tão distante,
Você me deixou, você disse-me que ficaria.
Você nunca disse adeus
E eu continuo querendo saber por que,
Eu continuo querendo saber como.
Oh, venha para dentro de mim agora...

Eu continuo querendo saber como ...
Oh, venha para dentro de mim agora...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Instantes de Ar





Hoje, meus intervalos de fôlego são mais curtos. Em tempão eu acreditei que talvez passasse logo, mas não é esse o caso. Não sei se consigo viver por muito mais tempo no mar, não sei se posso aprender a respirar água e ficar sufocada com a superfície terrestre cercada de ar e luz. Confesso que tem sido tão difícil. Minhas dores só aumentam a freqüência e nos instantes de dormência vem um animo de dentro pra fora impulsionado por essa força estranha que me invade e eu respiro com força, encho os pulmões, abro a boca pego ar e ... passou. E a bolha estoura, o vidro quebra, o abraço fica fraco, o tempo fica estranho, acelerado ou parado, lento, de repente já passou e eu nem vi. A garganta quer falar mas o som não sai, as lagrimas querem correr e correm, mas em conta gotas, e o cheiro se vai, se vai, e vai, parte pra onde? E-u n-a-o s-e-i. E fico aqui, me perdendo, me batendo, me dissolvendo, sabe aquele ditado água mole, pedra dura, tanto bate ate que fura? Então, sou terra, sou pedra, estou furada, lascada, trincada, me despedaçando mais e mais a cada nova onda ou velha, quase espalhando os pedaços no mar. E lá vem a Onda...Eu só queria um buraco, deixar ela passar, me molhar mas não me despedaçar, ir junto se preciso for ou se de repente seja melhor mudar, mas os pedaços, será que espalhando vou conseguir me juntar ao mar? Mas eu sou Terra, tem terra na água do mar? Ou são só grão, que depois de muito espalhar e rolar, chegam a praia para caminha com o Vento?

sexta-feira, 11 de maio de 2012


“Segurem-se firmes, porque o que vem chegando ai é uma tempestade.
Gotas grandes começam a cair na gente. A escuridão se aproxima com uma rapidez vertiginosa [...] Agora um Vento de violência nunca vista nos ataca. As Ondas, como por encanto, se formam com rapidez incrível, todas cobertas de espuma; o Sol esta completamente aniquilado, chove torrencialmente, não se enxerga nada e as Ondas, batendo contra o barco, lançam fortes jatos de água em nosso rosto. É tempestade, minha primeira tempestade, com toda a fanfarra da natureza desencadeada, o trovão, os relâmpagos, a chuva, as Ondas, os Uivos do Vento que ruge em cima de nós, em volta de nós.
O barco, carregado como uma palha, sobe e desce a alturas incríveis e abismos tão profundos, que a gente tem a impressão de não poder mais sair deles. No entanto, apesar desses mergulhos fantásticos, o barco torna a subir, vence mais uma crista de Onda e passa e torna a passar. Seguro a barra do leme com as duas mãos, pensando como enfrentar um vagalhão um pouco mais alto que vem vindo, mas, na hora em que aponto o barco para cortá-lo, faço-o rápido demais e deixo entrar grande quantidade de água. O barco todo fica inundado. [...] Nervosamente, sem querer, fico enviesado diante de uma de uma Onda, o que é extremamente perigoso, e o barco fica tão inclinado, prestes a virar, que devolve uma enorme quantidade de água. [...] Desisto de lutar contra o curso das Ondas, não me preocupo mais com a direção a seguir, simplesmente mantenho o barco em equilíbrio [...] desço voluntariamente ao fundo com elas (Ondas) e subo novamente, junto com o próprio Mar. Logo me dou conta de que minha descoberta é importante e que assim eu eliminei noventa por cento de perigo. A chuva pára, o Vento sopra sempre com fúria, mas agora posso enxergar bem à frente e atrás de mim. Atrás esta claro; na frente, preto, e nós estamos no meio desses dois extremos. [...] O sol brilha de novo em cima de nós, o Vento é normal, as Ondas menos altas; iço a vela e partimos novamente, satisfeitos. [...] Uma paz me invade com uma doçura pouco comum e, com a paz, a sensação de que posso ter confiança em mim. Havia perdido essa confiança e a pequena tempestade foi muito útil para mim. Sozinho, aprendi como manobrar nesses maus tempos. Vou enfrentar a noite com uma serenidade completa. [...] Com um Vento e umas Ondas como aquelas, quanto à gente não deve ter ido à deriva (?)” Trecho de Papillon – Henri Charrière(1974)