Eu costumava pensar que “não me importo como o que os outros pensam” Mas hoje percebo que não só me importo como me incomodo com o fato dos Outros me assaltarem o direito de definirem como Eu estou quando nem mesmo eu sei verbalizar como me sinto, quando nem mesmo eu tenho palavras suficientes para explicar a grandeza do meu vazio.
Há dias em que sou invadida por uma escuridão tão intensa que nem a agressividade me é útil; nem a grosseria é um escudo forte o bastante para me proteger da tortura do sentir, o meu sentir.
A hipocrisia que diz ter o direito de proferir como estou.
Quando o que sinto vai ter algum valor? Algum valor para os que olham nos meus olhos e pensam ver minha alma? Minha alma que foi consumida pelo kaos, devorador da beleza que um dia reinou no castelo do meu corpo e se jogou pelas janelas ao ouvir o sopro do vento que bate na pele do meu Caronte. Alma que de repente não é mais minha, um dia foi? Será?
Acho que a prima-Vera chegou para derreter o gelo no inverno que congelou meu passo no abismo, mas ainda assim, ela não trilha meu caminho, ela, não caminha por mim, ditando o que estou sentindo a partir de sua vã interpretação.
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