Hoje vi uma menininha, negra, pequena, que não consegui se alimentar por que uma das partes queimadas era a língua. O banho começou, ficou “A menina ta toda dura”, diz a enfermeira, a gaze começou a ser arrancada por seu corpinho pequeno, cada movimento de mãos que corria por seu corpo retirando uma gaze, tirava sua pele negra queimada e deixava um pedaço branco, rosado que iniciava em seus olhos, devastando seu corpinho ate sua genitália. Tiraram pedaços de sua boca, que ela só conseguiu abrir depois das gazes; a menininha começou a gritar urrar, a anestesista aplicou outra dose de dor adormecida.
A menininha negra, já não era mais tão negra quando saiu do banho, dormia sem poder escolher não dormir, abraçada com Morpheus enquanto a-dor-mecida escondia o esfolar de sua pele que escorreu pelo ralo da maca.
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