terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Olhando pela janela...

Piano Bar

O que você me pede eu não posso fazer
assim você me perde, eu perco você
como um barco perde o rumo
como uma árvore no outono perde a cor

o que você não pode eu não vou te pedir
o que você não quer eu não quero insistir
diga a verdade, doa a quem doer
doe sangue e me dê seu telefone

todos os dias eu venho ao mesmo lugar
às vezes fica longe, difícil de encontrar
mas, quando o neon é bom
toda noite é noite de luar

no táxi que me trouxe até aqui
o Bob Marley me dava razão
Nas últimas do esporte, hora certa, crime e religião
Na verdade nada 
é uma palavra esperando tradução

toda vez que falta luz
toda vez que algo nos faltar
o invisível nos salta aos olhos
um salto no escuro, da piscina

o fogo ilumina muito,
por muito pouco tempo,
em muito pouco tempo o fogo apaga tudo
tudo um dia, vira luz
toda vez que falta luz,
o invisível nos salta aos olhos

ontem à noite eu conheci uma guria
já era tarde, era quase dia
era o princípio
num precipício era o meu corpo que caia

ontem a noite, a noite tava fria
tudo queimava, nada aquecia
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

ontem à noite eu conheci uma guria
que eu já conhecia de outros carnavais
com outras fantasias
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

no início era um precipício
Teu corpo que caia
depois virou um vício
foi tão difícil acordar no outro dia
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

Engenheiros do Hawaii

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Presenteada por Cancêr


Feita Pra Acabar
Quem me diz
Da estrada que não cabe onde termina
Da luz que cega quando te ilumina
Da pergunta que emudece o coração
Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tantas vidas
Vezes tudo que não cabe no querer
Vai saber
Se olhando bem no rosto do impossível
O véu, o vento o alvo invisível
Se desvenda o que nos une ainda assim
A gente é feito pra acabar
Ah Aah
A gente é feito pra dizer
Que sim
A gente é feito pra caber
No mar
E isso nunca vai ter fim
Uh Uhhh


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Água de Coco

Mais um pedaço de mi é deixado fora de meu corpo enquanto vejo as cascas de mi serem levadas pelo vento, escuto os atritos do mar, seu gritos, seu silêncios, seus encantos e vejam, de onde estou agora não tem mais agora, nem perto, mas não é ai, ou aqui e não e ali! É só um canto que eu não tinha percebido antes, que a claridade não tinha alcançado e a escuridão ainda não havia me presenteado. É. Talvez agora, com menos casaca eu seja mais digna de mim.

Borbulhas de Amor - Fagner

Tenho um coração

Dividido entre a esperança

E a razão

Tenho um coração
Bem melhor que não tivera...
Esse coração
Não consegue se conter
Ao ouvir tua voz
Pobre coração
Sempre escravo da ternura...
Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido
Aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor
Prá te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti...
Um peixe
Para enfeitar de corais
Tua cintura
Fazer silhuetas de amor
À luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti...
Canta coração
Que esta alma necessita
De ilusão
Sonha coração
Não te enchas de amargura...
Esse coração
Não consegue se conter
Ao ouvir tua voz
Pobre coração
Sempre escravo da ternura...
Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido
Aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor
Prá te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti...
Um peixe
Para enfeitar de corais
Tua cintura
Fazer silhuetas de amor
À luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti...
Uma noite
Para unir-nos até o fim
Cara-cara, beijo a beijo
E viver
Para sempre dentro de ti...
Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido
Aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor
Prá te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti...
Um peixe
Para enfeitar de corais
Tua cintura
Fazer silhuetas de amor
À luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti...(3x)
Para sempre
Dentro de ti...
Mais uma vez, aos peixes...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Lua Cheia ... Corpo vazio


É assim que tem sido acordo na madrugada para olhar o céu depois de um sonho cruel que me deixou perdida em mim, olho as estrelas, tento imaginar os sinais de meu corpo, as leituras que faço dos comportamentos dos outros, dos meus, dos teus.
Afasto a toalha, passa a nuvem e lá esta ela, linda, encantadora que me pára, a lua, minha doce e bela lua, minha companhia sem falta de todas as noites, incluindo as novas.
Lua, sei que tu vela e brilha para os amores da vida, da minha vida, sei que cada sombra que tu guarda, nela esta uma lembrança, uma dor e um afeto meu, que lhe imprimi como um tributo por tal beleza e pelos fluxos de sentir que tu me desenha.
Quando o toque de tua luz, mesmo que seja um reflexo, é tua, por que tu não pediste ao sol a luza que dele emana, quando esta tua luz toca minha pele como sopro do vento que tira a borboleta para Dacar, eu consigo imaginar meus dragões e neles cavalgar contigo a meu lado.
Lua.
 Minha doce e bela Lua.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poesias para Peixes

As lentas nuvens fazem sono
Fernando Pessoa 

As lentas nuvens fazem sono,
O céu azul faz bom dormir.
Bóio, num íntimo abandono,
À tona de me não sentir.

E é suave, como um correr de água,
O sentir que não sou alguém,
Não sou capaz de peso ou mágoa.
Minha alma é aquilo que não tem.

Que bom, à margem do ribeiro

Saber que é ele que vai indo...
E só em sono eu vou primeiro.
E só em sonho eu vou seguindo.


É preciso não esquecer nada
Cecília Meireles 

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.